Servidores da saúde participam do primeiro módulo do curso de saúde financeira
Créditos consignados que comprometem mais da metade da remuneração líquida dos servidores públicos da saúde e colabora para uma piora no desempenho do trabalho, bem como a econômica do núcleo familiar. Essa é a realidade dos chamados superendividados. Uma pesquisa realizada pelo Sind-Saúde durante dois anos apontou que o perfil de servidores estaduais da saúde superendividados era crescente, pulverizado e pior: consumia uma margem altíssima dos salários e até outros benefícios como o vale transporte. Com esse diagnóstico, o Sindicato em parceria com o Procon Assembleia e apoio da Secretaria de Saúde (SES), Seplag e Secretaria da fazenda (SEF), criou o Programa de Apoio e Negociação ao Superendividado. O lançamento do Programa aconteceu no Espaço Cidadania do Procon Assembleia nos dias 25 e 26 de junho.
A abertura do Programa contou com a presença do deputado estadual Arlen Santiago representando a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), do assessor especial da Secretaria de Governo (SEGOV) Rodrigo Freitas, do superintende de Gestão de Pessoas SES/MG Bruno Porto, representando o secretário de saúde, do representante da Secretaria de Fazenda Victor Cezarini, além das diretoras do Sind-Saúde Núbia Dias e Neuza Freitas.
Após a Mesa de Abertura do evento, o primeiro grupo de participantes contou com um curso ministrado por educadores financeiros. Núbia Dias, que a idealizadora do programa, destaca que não apenas a economia é importante, mas também garantir que apenas 30% da remuneração líquida seja descontada como cumprimento da legislação. Núbia explica também que o programa tem três pilares. “Temos a renegociação com os bancos e tem a questão da saúde financeira do servidor. É obrigado a participação do curso. Mas também tem o terceiro pilar que é não poder pegar crédito consignado pelos próximos dois anos, porque se a pessoa continua pegando empréstimos a bola de neve não acaba” ressalta Núbia.
A professora Adriana Fileto, uma das educadoras financeiras do curso, explica o projeto do curso. “A oficina ajuda a pessoa a saber o que fazer, colocar em prática todo o conteúdo que é repassado no curso. A ideia é que os sindicalizados tenham autonomia para cuidar do próprio dinheiro. O programa de apoio ao superendividado é muito importante e o trabalho educativo é fundamental para que o servidor vá para a negociação com os bancos sabendo seus direitos, qual o valor de prestação que cabe no seu orçamento. Por isso é um programa completo.”
O grupo que participou das aulas nesses dias irão voltar a se reunir outras vezes durante o programa, tanto como parte das negociações como para a proposta de reeducação financeira. O coordenador do Procon Assembleia dr. Marcelo Barbosa tem uma boa expectativa para o resultado do programa. Marcelo Barbosa afirma que neste primeiro momento o objetivo é atender os servidores que estão hiper, ultra endividados para depois atender aqueles que correm menos risco com o endividamento. Nessa primeira etapa do programa serão atendidos cerca de 450 servidores da saúde.
Veja o registro audivisual deste momento do Programa: